Blog do Ivan Monteiro
terça-feira, 19 de julho de 2016
A EMOÇÃO FICOU PELO CAMINHO
O amigo das frias manhãs de Colégio
Militar leu o texto em que ressaltei o trabalho de Autuori e saiu-se com um
“não sei... não sei...” cheio de dúvidas. Após o jogo contra o Vitória,
encontro no hall do edifício doutor atleticano de fé, que me aponta o bisturi e
ataca com sua certeza: “Hoje o Autuori fez tudo errado”. E eu o que faço,
defendo meu pensamento, ou entrego a rapadura?
Lembro aos amigos que, preparando a
possível defesa, deixei escondido num canto da escritura um salva-vidas
poderoso. Disse eu, “o time com elenco minúsculo e em desfazimento está no G4”.
O empate deixou isto mais do que claro. O elenco que só perde jogadores –
Ewandro, Anderson Lopes, Barrientos, só para lembrar os recém desaparecidos –,
tem no banco uma piazada inexperiente, com as responsabilidades de substituir
Nikão, Walter e Pablo.
Se a partida estivesse dois a zero
Furacão, tudo bem. Com o empate, as substituições desorganizaram a equipe, deram
moral ao time baiano, que só não venceu pela intervenção dos santos e santas da
terra. Como disse o doutor de bisturi em riste, Autuori foi mal, não poderia
ter trocado todo o trio de armação rubro-negro. Nikão e Pablo poderiam ter
permanecido. O rei leão pode explicar as mudanças pela necessidade de descanso
dos atletas para o jogo contra a Chape. Explica, mas não justifica.
O Atlético anuncia a contratação do
lateral-direito Rafael Galhardo, uma das poucas posições do elenco com sobra de
atletas. Há muito tempo sinto a necessidade de reformulação completa no departamento
de futebol rubro-negro. É só um sentimento, sem emoção, a emoção ficou pelo
caminho.
sexta-feira, 15 de julho de 2016
QUEM VIVER VERÁ
Tem coisas que você só aprende depois
de levar muito cacete. Você imagina saber tudo, não dá o devido valor a
determinados aspectos, supervaloriza momentos em que a sorte fala mais alto,
alicerça seu procedimento fora da realidade e vai aos solavancos, nadando em
mar de altos e baixos, até um dia a luz clarear teu horizonte.
Autuori é a luz no horizonte
rubro-negro. Por muito tempo vivemos da inexperiência, de nomes improváveis,
sabe-se lá onde encontrados, nada a ver com a dimensão que pouco a pouco o
Atlético foi tomando, fruto quem sabe do contingenciamento econômico, no meu
pensar de premissa equivocada, que ganhou permanência, foi ficando, até o “rei
leão” aportar no cajueiro.
Elogiado por todos, o time com elenco
minúsculo e em desfazimento está no G4, já ganhou o Paranaense e foi finalista
da Primeira Liga, prossegue na Copa do Brasil. Quer mais? O comando de Autuori
é, sem sombra de dúvida, a causa de tanto sucesso. Jogadores carregados de
deficiências aprenderam a se posicionar, melhoraram tecnicamente, são novidades
festejadas, tudo graças ao trabalho diário do treinador. Eles próprios o
elogiam. Autuori é ponto positivo de inflexão na vida rubro-negra.
É assim que funciona. Mais adiante
teremos os grandes craques, a convivência tranquila entre diretores e
torcedores, o Atlético com que todos sonhamos, o time a ocupar o espaço aberto
pela falência dos grandes clubes brasileiros. Demora, mas acontece. Quem viver
verá.
quarta-feira, 6 de julho de 2016
O DEVER DE TODOS NÓS
Em casa, quando penso em Atlético, uma
bandeira amarela é levantada, um olhar recriminatório se instala em rosto
querido, recuo com medo que o falatório se levante. A saúde do velho torcedor
não vai bem, diz-se que culpa do fanatismo, do estresse gerado pelo Furacão. Como
tudo na vida, pode ser, realmente, fui longe demais na paixão, eu admito.
Assim, sigo peleando em retirada, com
pouca munição. Gravo os jogos, vejo depois, sabendo o resultado, sem sofrer incontáveis
minutos para vibrar com vitórias mínimas contra adversários mínimos, mesmo que
alguns digam que fico com as mãos geladas vendo videoteipe de jogo ganho.
Campeando notícias, descobri o racha
entre a diretoria e a organizada. Era só o que faltava. Com um elenco mínimo,
todos os atleticanos deveriam estar em lua de mel com os resultados obtidos,
irmanados pela sorte que nos protege a cada passo. A troca de farpas entre diretoria
e organizada, a ausência do torcedor em nada beneficia o Furacão, em verdade,
só prejudica.
Não vou entrar no mérito da questão.
Durante a eleição, Petraglia ironizava o presidente Sallim, dizendo que era a
vez do novo gestor receber os xingamentos. Parece que isso não aconteceu,
Petraglia continua sendo o alvo preferido dos membros da Fanáticos, fruto, quem
sabe, dos seus comentários nas redes sociais. Difícil nesse tiroteio defender
alguém. O que se espera é que o presidente Sallim tome atitudes, se ainda não
as tomou, que fomentem a união entre os rubro-negros, ele é o presidente, tem o
dever político de dialogar, lutar pelo fim das incompreensões enquanto vivemos a
hora boa, esse é o seu dever.
Se isso não acontecer, quem já viu
quase tudo sabe que a torcida tem obrigação de voltar a campo. As
individualidades serão sempre lembradas, as estátuas marcarão seus feitos, mas
a torcida é entidade eternamente viva, os clubes seguem acalentados por seus
cantos. Não se trata de dar o braço a torcer, diminuir-se, trata-se de
reconhecer seu valor, sua importância, seus erros, eles existem de ambos os
lados, crescer na dificuldade, colocar o Atlético em primeiro lugar, o que é o
dever de todos nós.
domingo, 5 de junho de 2016
SEU NOME É DEIVID
A vitória conquistada com golaço de
Deivid teve a vantagem de colocar a mostra as dificuldades enfrentadas pelo
Atlético e a causa desses embaraços, simplesmente ao comparar as formas de
atuar de Santinha e Furacão. O amigo deve ter observado, eu só vou colocar no
papel seu pensamento. É simples.
O Atlético troca passes no meio de
campo, sofre a primeira marcação dos atacantes adversários e fica nesse chove
não molha até que alguém apareça para receber, demoramos um milênio para
ultrapassar linha de defesa que tem apenas a finalidade de dificultar a saída
de bola rubro-negra. Aí partimos para garoa, mas não rega, trocamos passes
laterais, não há verticalidade, quando há, o armador passa ao pivô, avança para
receber e o passe de retorno acontece de forma equivocada. Enfim, ficamos
dependentes de um milagre. Ele aconteceu.
O time do Milton Mendes é diferente. A
transição é rápida. Recebida a bola, o homem da transição ultrapassa na
velocidade a primeira marcação, se houver necessidade de um drible ele é
permitido, avança, com passe vertical entrega a bola a jogador posicionado
entre as duas primeiras linhas de defesa, aparece para receber, a troca de
passes é certeira, o time chega ao ataque, pelo centro e pelos lados do campo
com rapidez e eficiência. Tivemos sorte. Não fosse a intervenção de Santo
Expedito, a bola que Weverton espalmou para dentro da área e o gol incrível
perdido por Grafite, o resultado seria diferente.
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